quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Interpretando monstros de outros armários V

 
Vivemos muitos paradigmas. Aliás, só conseguimos viver coletivamente se sustentando em paradigmas estabelecidos por outros, ou por alguém que possua ascendência sobre os outros, seja, por intelectualidade, política, força, ou qualquer coisa que o valha. Conviver com estes paradigmas pré-estabelecidos não sinaliza a vontade coletiva e participativa da humanidade. Neste sentido já dizia um grande ‘“parsa” meu: vamos “xerocar” algo, ou pensar alguma coisa do tipo, “orientar”, “nortear” e “denegrir”.
Conscientemente, ou melhor; descobrindo algumas coisas que me tiram da ignorância profunda que habita a minha mente, gostaria de fotocopiar algo em qualquer máquina que não tivesse exploração infantil ou exploração do trabalho; de ter diretrizes de um ocidentalizador; em que meu norte é o sul, portanto algo do gênero me sulear, e assim debranqueando a minha imagem. E, por aí vai. De certo é que pensamos em quebras de realidades intrinsecamente enraizadas em nosso inconsciente ao qual aceitamos sem pensar, sem refletir, afinal todo mundo fala assim, age desta forma e se condiciona desta maneira, portanto devemos seguir também? E se não seguirmos, ficaremos porforizados? - dizia assim um professor meu na universidade. Certamente, sem sombra de dúvida.
Neste sentido digo que não, quero poder pensar pelas minhas reflexões, ainda que muitas vezes possam sinalizar inúmeras inconsistências, mas são minhas, minhas construções, ou seja, fruto da educação formal e informal que tive ao longo de minha vida, portanto o retrato da minha ignorância profunda, simplesmente escalafobética, e por ser assim, aterroriza os paradigmáticos estruturais e fisiocratas que me rodeiam, verdadeiros chupins a espera da oportunidade, aos moldes daquele ditado: “um pessimista vê dificuldades em cada oportunidade, um otimista vê oportunidades em cada dificuldade”. Quanta asneira!
Posso dizer conversando com meu “parsa”: quero ser eu, ainda que isto possa ser uma expressão retórica, quero pensar que posso ser eu neste mundo panóptico. Meu “parsa” diz: quero ser o que eu posso ser, e nada mais. E continuo evidenciando aos moldes da crueldade, portanto crudelíssimo, o conjunto de arquétipos que habitam a minha mente. Eles sugerem que as entranhas sociais que me condicionam historicamente sejam destruídas, a fórceps se for preciso, para que possa fugir destas condições, adequações e adaptações, contrariando um biólogo famoso.
Que mais podemos pensar deste mundo caótico, por isto de certa maneira perfeito. Podemos pensar sim em desenvolver condições de refletir e por sua vez agir de maneira coerente, consistente e totalmente envolvida com as causas humanas, ainda que isto parecesse um discurso humanista e tal. São apenas rótulos que se solidificam e nos atormentam diariamente. De certo mesmo, é que nem percebemos, simplesmente estão ali, nos rodeando e determinando nossas ações e condições de vivência. Assim disse meu “parsa” para o outro “parsa”.
E eu Eduardo Cartier, tive o prazer e o privilégio de estar presente nesta roda de prosa, escutando e registrando sem censuras uma boa tarde de chimarrão com o dois “parsas”. Importante frisar; nem me atrevi expor minhas considerações, pois como dizia um “parsa”, minha ignorância profunda não permitia tais considerações.
Nesta lida posso apenas destacar tal frase muito bem conhecida nos recantos deste mundo, suleando a minha existência: Lutam melhor os que têm belos sonhos!
Abraço fraterno a todos!

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