Dentre os
mais diversos momentos de nossas vidas sempre tem alguns acontecimentos que,
deveras, marcam muito nossa condição de sujeito humano. Em meu caso, um desses
acontecimentos foi quando resolvi desenvolver aquilo que desenvolvo até hoje,
professor de Educação Física. Uma escolha sustentada na esteira esportiva, pois
havia em minha família muitos exemplos de familiares que praticavam esportes, o
que obviamente inclinou-me a buscar tal ofício e exercer o mesmo até os dias
atuais. A lida de conciliar o esporte que praticava com os desígnios que a
universidade, que o curso de Educação Física exigia era tranquila, tendo em
vista a natureza coaduna entre as atividades exercidas naquele momento.
Portanto, não via dificuldades ou empecilhos para a realização do meu curso.
Sabia, no entanto, que meus colegas que não tinham bolsa de estudo tinham mais
dificuldades, digo dificuldade financeira, pois no âmbito da perspectiva
cognitiva era bem razoável vencer as etapas sugeridas pela universidade.
Passados alguns anos do meu período discente, observo que estas facilidades
estão mais prementes, e especulo, simplistamente, que possa ser em decorrência
do aumento da oferta de cursos em Educação Física, recursos financeiros – bolsas
de estudo – em maior escala, a mercantilização e banalização da categoria
profissional, entre outros fatores não citados, mas que podem ser de igual
importância nesse cenário. Pois bem, quando me referi a mercantilização e
banalização da categoria, estou sinalizando a necessidade de se pensar em um
projeto para a Educação Física que pense inicialmente que condições materiais
desenvolvemos a mesma e que posição ou em que patamar gostaríamos de estar em
algum tempo. Na superficialidade da teoria/prática ou na solidez intelectual de
uma proposta realmente humana e não mercantil? Pensemos...!
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