A autonomia e a condição do ser humano

Fazemos parte de um contexto de convivência socialmente produzido. Participar de maneira significativa nesta construção é uma dos grandes desafios do ser humano. Desafios sim, afinal; sem duvida alguma; vivemos num espectro social de relações necessárias para nossa convivência, e a partir disto, nossa autonomia significativa e participativa muitas vezes  é subjugada por uma minoria que pouco se interessa pelos nossos anseios e necessidades. Como podemos participar de uma sociedade que oprime de maneira geral e que oferece à população a pseudo/condição de emancipação humana? Podemos citar nosso processo eleitoral unilateral e pouco discutido. No âmbito educacional, podemos observar direcionamentos de pesquisa que visam inicialmente a meritocracia. Ainda no âmbito educacional, diversos são os programas de ensino – seja ele em qualquer nível -  que evidenciam a necessidade de uma reorganização ou transformação das práxis. Discutem esta temática com grandes propriedades intelectuais, constroem publicações das mais dignas, sólidas e memoráveis. Contudo, evidencio que em inúmeras delas existe um distanciamento da realidade empírica, aquela sim, desenvolvida diariamente pelos “supostos”  seres humanos comuns. Parece muitas vezes um mero exercício retórico de produção científica, afinal produzimos para quem? Agencias? Ou para melhorar a qualidade de vida da população? Inexoravelmente, precisamos, de fato, consolidar a perspectiva universal de ensino, pesquisa e extensão. E, para isto, existe a necessidade de refletir, participar e agir, de modo a garantir o verdadeiro interesse do ser humano, a saber: participativo, autônomo e feliz.
Reflexão realizada em 24 de junho de 2011.

Um comentário:

  1. "Diletantes, diletantes! - Assim os que exercem uma ciência ou uma arte por amor a ela, por alegria, per il loro diletto [pelo seu deleite], são chamados com desprezo por aqueles que se consagram a tais coisas com vistas ao que ganham, porque seu objeto dileto é o dinheiro que têm a receber. Esse desdém se baseia na sua convicção desprezível de que ninguém se dedicaria seriamente a um assunto se não fosse impelido pela necessidade, pela fome ou por uma avidez semelhante. O público possui o mesmo espírito e, por conseguinte, a mesma opinião: daí provém seu respeito habitual pelas "pessoas da área" e sua desconfiança em relação aos diletantes. Na verdade, para o diletante, ao contrário, o assunto é o fim, e para o homem da área como tal, apenas um meio. No entanto, só se dedicará a um assunto com toda a seriedade alguém que esteja envolvido de modo imediato e que se ocupe dele com amor, con amore. É sempre de tais pessoas, não dos assalariados, que vêm as grandes descobertas" SCHOPENHAUER, 2005, p. 23).

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