quinta-feira, 26 de abril de 2012

O fenômeno da inclusão social: breves inserções


O fenômeno da inclusão social tem sido usado e reproduzido com múltiplos significados. Dentre eles, a compreensão de que todos os educandos devem ser integrados dentro do ensino normal e regular de ensino. Independente dos conceitos e significados percebe-se a necessidade de respeitar as diferenças de maneira a assegurar o pleno desenvolvimento de cada indivíduo, uma vez que este possui enormes potencialidades a serem exploradas. Inevitavelmente não podemos aceitar a exclusão como algo normal, ou seja, naturalizar o processo. Afinal a participação coletiva e convivência social permitem o livre transito das diferenças, sejam elas biológicas, econômicas ou relacionais. E neste processo conflituoso e contraditório que construímos socialmente as formas mais adequadas de se viver coletivamente. Parece oportuno dizer que neste processo de construção de relações, a busca de uma identidade coletiva permeia o campo de uma convivência em todas as esferas de desenvolvimento socialmente aceito. Com isto, a exclusão e as desigualdades vão ganhando espaço na medida em que avançam o campo relacional permeado pela sobrepujança e na subserviência. Algo bem possível de observação no âmbito das estruturas de classes, nas condições materiais de convivência e na dependência econômica que possibilitam direta influência na vida cotidiana, bem como na docilidade e no adestramento de corpos para uma sociedade servil. A perpetuação dos paradigmas, dentre eles os estereótipos sociais invisibiliza as possibilidades de reconhecimento da diversidade cultural, das formas distintas de se pensar o outro, a sociedade e a natureza, ou seja, o mundo vivido por nós. No contexto da diversidade e do reconhecimento do outro como diferente inevitavelmente estará condicionada a expressão do ser humano uma condição de pertencimento social, mesmo que este seja ignorado, pois faz parte do contexto de vivência da nossa realidade, ainda que exista o desprezo e a ausência de disposição dos atores envolvidos. 

Eduardo Cartier



**Esta postagem faz parte do artigo intitulado  Dialectics and social inclusion in Physical Education. Publicado na Revista Lecturas Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 16, p. 1-1, 2011, por Eduardo Cartier, Isabel Depiné, Vitor Angartem e Camila da Cunha Nunes.

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